Chadwick Forever
Protagonista de “Pantera Negra”, Chadwick Boseman morre aos 42 anos, vítima de um câncer, deixando legado de personagens icônicos.
por Renato Silveira (@silveirarenato)
In Memoriam:Chadwick Boseman, famoso por interpretar o super-herói Pantera Negra, morreu nesta sexta-feira, 28 de agosto, aos 42 anos. Notícia absolutamente devastadora. O ator foi diagnosticado com câncer no cólon em 2016, segundo a família, e morreu em sua casa, em Los Angeles. Fez cirurgias e quimioterapia para tratar a doença, mas mesmo assim não parou de trabalhar. Além dos filmes da Marvel, Boseman atuou recentemente no policial "Crime sem Saída", produzido pelos irmãos Russo, e no mais recente filme de Spike Lee, "Destacamento Blood". Outros papéis de destaque foram em cinebiografias. Viveu o músico James Brown em "Get on Up" e o jogador de baseball Jackie Robinson em "42: A História de uma Lenda", além do juiz Thurgood Marshall, em “Marshall: Igualdade e Justiça”. Deixou um filme inédito, "Ma Rainey's Black Bottom", em que contracena com Viola Davis. Chadwick Boseman se despede precocemente, mas deixa uma galeria de personagens icônicos, especialmente para a cultura e a história da população negra. Fará muita, muita falta. E será sempre lembrado.
“O Roubo do Século” é o filme que marca a reabertura de cinemas em três cidades brasileiras. O longa-metragem argentino é distribuído pela Warner Bros., mesmo estúdio de “Tenet”, e entrou em cartaz na última quinta-feira, 27 de agosto, em Parauapebas (PA), Alfenas (MG) e Várzea Grande (MT), além de Manaus (AM), onde as salas já estavam autorizadas a voltar a operar há algumas semanas.
No release de divulgação do lançamento, a Warner afirma: “nas próximas semanas, o longa terá seu circuito de estreia ampliado, à medida que os cinemas reabrirem”. Isso porque cinemas de Rio de Janeiro e São Paulo ainda não podem retomar as atividades, embora o setor já trabalhasse com a data de 27 de agosto desde o início do mês. Houve autorização do governo estadual, mas não do municipal. No entanto, a pressão dos empresários é forte e as redes possivelmente conseguirão reabrir seus complexos para o lançamento de “Tenet”, programado pela Warner para 24 de setembro. Antes disso, ainda está prevista a realização de um “festival” com reprises. (HuffPost Brasil, Portal Exibidor)
É seguro? Os proprietários das salas dizem que sim. Infectologistas divergem. E o bom senso é categórico: ficar em casa ainda é a melhor opção. Por mais que os cinemas adotem protocolos de segurança e levem influenciadores para passeios em suas salas, não há como prever o comportamento das pessoas lá dentro, sem falar que há riscos no caminho de ida e de volta. E o básico: ainda não existe vacina. A Covid continua circulando e matando pessoas. Estudos mostram que jovens assintomáticos podem espalhar o vírus de maneira indiscriminada. Para que se arriscar? E os trabalhadores dos cinemas, que garantias têm? Por mais que eu também queira muito voltar a ver um filme na tela grande, por mais que eu sinceramente queira ver “Tenet” e outros lançamentos suspensos, não há como apoiar o retorno dos cinemas no Brasil neste momento. Não mesmo.
Nos EUA, a volta dos lançamentos em cinemas que não sejam drive-in começou para valer também nesta semana. A expectativa está em torno da arrecadação que será obtida pelo filme de horror e super-heróis “Novos Mutantes” (que entra em cartaz em 2.412 cinemas) e pela comédia “Bill e Ted: Encare a Música” (1.007 cinemas), que reúne novamente Keanu Reeves e Alex Winter. Em seguida, será a vez do grande teste com “Tenet”, previsto para 3 de setembro. (Variety)
Mais um caso grave de abuso sexual e de poder no cinema veio à tona, agora envolvendo um brasileiro: 16 mulheres acusam o produtor e curador Gustavo Beck. A reportagem que detalha o caso é do The Intercept. Além da violência sexual, também houve abuso de poder, segundo os relatos, já que Beck era responsável por selecionar filmes para importantes festivais internacionais, como o de Roterdã. (The Intercept)
Oscar 2021: a cineasta Viviane Ferreira foi escolhida para presidir a Comissão de Seleção que definirá o filme brasileiro a ser inscrito na categoria Melhor Filme Internacional. A diretora de “Um Dia com Jerusa” (ainda inédito no circuito comercial) também preside a Apan - Associação de Profissionais do Audiovisual Negro. Conforme noticiamos aqui há duas semanas, a Comissão conta com nomes como Laís Bodanzky, Affonso Beato e Rodrigo Teixeira. O anúncio do filme selecionado só deve acontecer no final de novembro. (Papo de Cinema)
“Bacurau” lidera as indicações ao Grande Prêmio do Cinema Brasileiro 2020. Concorrendo em 15 categorias, o filme de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles é seguido por “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz (14) e “Simonal”, de Leonardo Domingues (10). Os vencedores serão escolhidos no segundo turno, que começa no dia 31 de agosto, com votação entre os sócios da Academia Brasileira de Cinema. Em data que será divulgada em breve, a votação popular pela internet será iniciada, para que o público também eleja seus favoritos. A premiação será no dia 10 de outubro, com cerimônia transmitida pela TV Cultura. (Revista de Cinema)
Novas informações e o cartaz de “Narciso em Férias” foram divulgados. O documentário sobre o período em que Caetano Veloso ficou preso, no final de 1968, será exibido no Festival de Veneza, em setembro. Dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, o filme traz Caetano relembrando sua prisão e a de Gilberto Gil, em São Paulo, por agentes à paisana, 14 dias depois de decretado o AI-5. Além do documentário, o episódio é narrado em livro homônimo que a Companhia das Letras está lançando. (Cineweb)
O Festival de Berlim anunciou mudanças em sua premiação. A partir de 2021, as categorias de atuação deixarão de existir com a divisão por gênero. Ao invés dos Ursos de Prata para Melhor Ator e Melhor Atriz, serão entregues os troféus para Melhor Perfomance Principal e Melhor Performance Coadjuvante. Os organizadores também afirmaram que estão mantidos os planos para a edição presencial do festival, programada para acontecer de 11 a 21 de fevereiro. (Berlinale)
Paul Thomas Anderson começou a filmar seu novo longa-metragem, ainda sem título (embora nos sets esteja sendo usado o codinome “Soggy Bottom”). Fotos dos primeiros dias de filmagem começaram a pipocar nas redes sociais, mostrando Bradley Cooper com um figurino branco, barba e cabelos compridos. Ainda não foi divulgada uma sinopse oficial e tudo o que se sabe é aquilo que a newsletter já adiantou: o filme se passa nos anos 70, em San Fernando Valley, tem um ator-mirim como protagonista e várias subtramas estão conectadas a ele, no melhor estilo Robert Altman & PTA. Ao que tudo indica, Anderson está adiantando o trabalho como pode, já que ele nem mesmo terminou de escalar o elenco. Como ainda existem restrições para a realização de filmagens nos EUA, é esperado que o diretor leve mais tempo que o normal para completar a produção. (The Film Stage)
Enquanto uns vão para o set, outros voltam para a ilha de edição. Caso de Steven Soderbergh, que durante a pandemia reeditou três de seus filmes: “Kafka”, “Schizopolis” e “Full Frontal”. O cineasta fala há tempos neste novo corte de “Kafka”, mas os outros dois filmes são novidade. Segundo Soderbergh, as mudanças que fez em “Kafka” são mais radicais, enquanto “Schizopolis” e “Full Frontal” ficaram apenas mais curtos. O diretor pretende filmar um projeto inédito em setembro: o policial “Kill Switch”, cuja produção iria começar em abril, até a pandemia suspender tudo. (IndieWire)
Um novo filme da franquia “Enigma do Outro Mundo” está a caminho e desta vez com envolvimento ativo de John Carpenter. A novidade surgiu durante um debate com o cineasta no Fantasia International Film Festival. Diretor do filme de 1982, Carpenter desconversou quando perguntado sobre comandar o reboot, mas disse que tudo ainda está sendo negociado com a Blumhouse, mesma produtora de “O Homem Invisível” e com quem Carpenter trabalhou no mais recente retorno da franquia “Halloween”. O último filme que o Mestre do Horror dirigiu foi “Aterrorizada”, de 2010. (Total Film)
Já o próximo “Massacre da Serra Elétrica” perdeu os diretores. Andy & Ryan Tohill estavam filmaram apenas uma semana e foram demitidos pela Legendary Pictures. O motivo? As famosas “diferenças criativas” com os produtores, entre eles Fede Alvarez (diretor de “O Homem nas Trevas” e do remake de “A Morte do Demônio”). O diretor substituto é David Blue Garcia, que assim como os irmãos Tohill é relativamente novato (ele dirigiu antes apenas o thriller “Tejano”, de 2018). Todas as cenas já filmadas serão descartadas, segundo o estúdio. (Deadline)
Também teve treta na Disney: houve troca de diretores na animação “Raya and the Last Dragon”, que tem lançamento previsto para daqui a sete meses. Don Hall (“Operação Big Hero 6”) e Carlos López Estrada (“Ponto Cego”) assumiram o comando do filme no lugar de Paul Briggs e Dean Wellins. Briggs, no entanto, continua envolvido como codiretor. Com a troca, também houve mudança da atriz que dubla a protagonista: saiu a pouco conhecida Cassie Steele, entrou Kelly Marie Tran, a Rose de “Star Wars: Os Últimos Jedi”. (Cartoon Brew)
Protagonista de “Parasita”, o ator Song Kang-ho encabeça o elenco do próximo filme de Hirokazu Koreeda (“Assunto de Família”). “Baby, Box, Broker” será o primeiro longa do diretor japonês feito na Coreia do Sul. A trama gira em torno de caixas que são deixadas para as pessoas colocarem anonimamente bebês indesejados. Doona Bae (“Sense8”) também está no elenco. (C7nema)
Alguns trailers interessantes lançados nos últimos dias: o romance “Ammonite”, estrelado por Kate Winslet e Saoirse Ronan, super cotado para figurar entre os indicados ao Oscar 2021; o novo curta de Pedro Almodóvar, “La Voz Humana”, com Tilda Swinton; o filme de aventura e mistério “Enola Holmes”, com Millie Bobby Brown (“Stranger Things”) no papel da irmã de Sherlock; e todos os trailers e prévias do DC Fandome, incluindo o novo “Batman”.
Mudando a chave para as séries, agora: Neil Gaiman revelou que a aguardada adaptação de “Sandman” para a Netflix será situada nos dias atuais, e não nos anos 80 e 90 (DC Fandome); a Netflix anunciou que está desenvolvendo uma série baseada na franquia de games “Resident Evil”, com Andrew Dabb (de “Supernatural”) como showrunner (The Hollywood Reporter); já a Fox começa a desenvolver uma série de animação baseada em “Arquivo X”, nos moldes de “Star Trek: Lower Decks”, que acompanha personagens secundários da franquia (THR); indo no sentido inverso, “As Meninas Super Poderosas” irão ganhar uma versão live-action e adulta, com Diablo Cody (“Juno”) entre as roteiristas (THR).
É isso. Até a próxima edição!
Forte abraço e cuide-se,
Renato Silveira
Editor-chefe do Cinematório